Olhei a janela
Abri a vidraça
E à frente dela
Espreguicei meu corpo
Sem jeito
Sem graça
Dizendo p’ra mim
Vou espreitar quem passa
E sem que eu esperasse
No peitoril, da minha janela
Caía uma flor
Uma flor pequenina
De cor amarela
Delicadamente, me disse bom dia
Fiquei espantada, olhando p’ra ela
Essa flor pequenina
Que p'ra mim sorria
Que doçura a dela
Parecia magia
A manhã desse dia
O meu dia de anos
Eu não esperava nada
Mas fui presenteada
Ao abrir a janela
Com o que eu mais gostava
Uma flor amarela
E essa flor caída
Não vestia de branco
Nem vermelho vestia
Era somente amarela
Essa flor que eu via
Entregou-se a mim
Eu brinquei com ela
E as duas ficamos
À minha janela
Contei meus segredos
Pois confiei nela
E no meu olhar
E entre os meus dedos
Ficaram os segredos
Da flor amarela...
Rosa Guerreiro Dias
“26-9-1990”
"27-7-2014"