Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Rosademesinha é uma flor silvestre, mas muito delicada, e sensivel, nome que uma amiga minha me deu, achei interessante, titular meu blogs com este nome, que no fundo diz de mim o que na verdade sou. Campesina, Delicada, Sentimental, Sensivel.
Parabéns querida amiga Zézinha
Para as minhas amigas
Bia pequena em estatura
És minha amiga querida
Dás-me atenção e ternura
Quando me sinto perdida
És pequena e engraçada
Para ti não há fronteiras
Bia amiga desejada
Por todas as companheiras
Fá, vamos recordar agora
Nossos passeios e segredos
De encontros fora de hora
Galgando sonhos e medos
Férias por nós desejadas
Com esperança a perder de vista
Juventudes apressadas
Duma amizade altruísta
Vinita tu tens doçura
Que eu recebo com carinho
Tu és o sol que perdura
Nas agruras do caminho
Sai de casa, olha a vida
Vem comigo aproveitar
A vida, está de fugida
A saudade vai ficar
Milú, teu saber é arte
É teu e nasceu contigo
Com esse teu dom, marcaste
O crer que trago comigo
E este crer querida amiga
Vou guarda-lo qual tesouro
Tem mais beleza que a espiga
É mais valioso que o ouro
Micá de ti falarei
Almas gémeas porque não?
Esta amizade não tem lei
Nas coisas do coração
Nossa união e partilha
Vive em nós sem estar perdida
A velha amizade brilha
Nos solavancos da vida
Meus filhos
Filhos das minhas entranhas
Miguel, Paulo e Pedro
Mas a vida tem destas manhas
Deu-me outro filho, o Leandro
Todos filhos da minha alma
Filhos do meu coração
Aqui no Alentejo da calma
O amor está sempre em chama
Repartido em colo e pão
Meus netos
Espreito o dia pela manhã
É um prazer p'ró olhar
Alguem diz, avó mamã
É o Duarte a chamar
A Carlota é um miminho
Que Deus me quiz oferecer
E o Pedro com seu jeitinho
Dá gosto vê-los crescer
Meus netos, são o sol a pino
Clareando os meus sentidos
Do grande ao mais pequenino
Todos são meus netos queridos
Bernardo o meu trigueiro
Meu neto achocolatado
O Rodrigo o beijoqueiro
O Tomás o aplicado
Não há outro bem maior
Que ver minhas raizes crescer
Raizes dum grande amor
Dando alento, ao meu viver.
Já tinha este ramo de flores
Mas p'rá jarra ficar mais bela
Vieram mais três amores
Eduarda, Tomás e Daniela
Meu Pai
Andou pelo mundo perdido
Sem rumo, sem direcção
Mas voltou arrependido
Conquistou nosso perdão
Já velhinho e enfraquecido
Voltou de novo a viver
O meu paizinho querido
Esteve aqui, até morrer
Minha Mãe
Minha Mãe minha mãezinha
Não te quero enciumada
És minha mãe, sempre minha
Minha querida mãe amada
E não houve melhor maneira
De eu te poder demonstrar
Que trazer-te p'rá minha beira
P'ra te poder confortar
E não foi isso que eu fiz?
Não estás aqui minha mãe?
Espero bem que sejas feliz
P'ra eu ser feliz também
Minha irmã
Nascidas do mesmo ventre
O mesmo sol nos criou
Olhámos a vida de frente
E a vida assim começou
Criadas na planície
Entre papoilas e trigo
A vida em segredo nos disse
Larga o campo, vem comigo
E nós sorridentes, loucas de desejo
Dissemos adeus ao nosso Alentejo
E ele a chorar, escreveu no vento
Sei que irão voltar, a qualquer momento.
Tu sonhas que voltas, e a tua alma chora
Nas modas que cantas, até que chegue a hora
Há um novo encanto, transformado em fé
Que te dará alento, ao voltares Nazaré
E a escrita que é lei, em mim se cumpriu
Pois eu já voltei, e o Alentejo sorriu.
Família
Meu primo Quinito
Esta tua prima irmã
Transporta num grito
Um novo amanhã
Tu chegas ao monte
E o sol se levanta
Abraças a gente
E a natureza canta
«
Tu serás sempre a Sandrinha
De quem sempre gostarei
Sou tua amiga e madrinha
Sou tua prima, tua mãe
Filha dum primo querido
Neta duma tia amada
Para mim faz todo o sentido
Estares nestes versos versada
«
Tia Mimi sempre atenta
Sempre pronta para ajudar
Chego à Aldeia, bato à porta
Logo ouço, pode entrar
Sendo tia por afinidade
É minha tia também
Tias assim, na verdade
São tias com colo de mãe
«
As noras
As noras são a viga, a madre da casa
São braços em briga, sob o sol que abrasa
São mães das sementes, pelo monte espalhadas
Papoilas contentes, de cor desmaiadas
São o vaso com terra, onde a semente cresce
Sem medo da guerra, mas de olhares em prece
São mulheres com alma, prenhes de sentimento
O bem que as acalma, foi preso no vento
Juventudes idas, num amor profundo
De mulheres sentidas, esquecidas pelo mundo
Para ti amor
Meu amor da juventude
Caixinha dos meus segredos
Deixaste-me esta saudade
Que está agarrada aos meus medos
Tantos planos por cumprir
E sonhos por realizar
Coisas boas p'ra sorrir
E tristes, p'ra partilhar
Muito se perdeu no caminho
Salvaram-se alguns afectos
A amizade, e o carinho
O amor p'los filhos e netos
Mas faltas tu, meu ombro amigo
Com quem repartia o fardo
Agora, só divido comigo
Magoas dum fardo pesado.
Eu
Sou a papoila do amor
Nascida entre os trigais
Que aos poucos mudou de cor
De tantos sorrisos e ais
Tanto que eu queria dizer
Coisas minhas para contar
Poesia não sei fazer
Em verso? não sei rimar
Veio-me então à ideia
Duma amiga camponesa
Que jorra poesia p'la veia
Que me ia ajudar concerteza
Afinal não me enganei
E resolvi esta questão
Pouca coisa lhe contei
Só as magoas do coração.
A poetisa
Vou já parar por aqui
Porque a veia não tem fim
No que toca ao coração
A poesia é mesmo assim
Quer a gente queira ou não
Como um destino marcado
Cada qual vive o seu fado
Seja de dor ou magia
Mas nestes versos da alegria
E em plena sintonia
Quer seja falado ou cantado
Só o Poeta! Quem diria!
Enleia a poesia no fado
Aqui vai o meu abraço
Atado com nó e laço
E p'ra não desatar no caminho
Vai selado com um beijinho.
Guerreiro Dias
Poetisa dum Campo que é sem duvida o Maior.
24-11-2008