por Rosa Guerreiro Dias, em 28.04.12
Ao amigo Alexandre Julío
Recado ao Alentejo
Era aí que eu gostava de estar neste momento, meu amigo !
Mas a vida, prega-nos destas partidas!
Mas, não vale a pena esmorecer!
Esta minha força, e esta esperança que não me abandonam!
Me dizem baixinho que melhores dias virão!
E aí sim!
Caminharei ao lado de amigos; por esses campos como é meu gosto fazer!
Enquanto estou e não vou!
Dá um abraço ás aves que esvoaçam no ar!
Ás que descansam nos ramos, e ás que repousam nos ninhos!
Ás Árvores centenárias!
Ás formigas que fazem carreirinhos!
Ás flores da nossa planície!
Ás essências naturais que perfumam a terra Mãe!
Aos sons da própria natureza que nos falam de mansinho!
Ao borbulhar das águas das fontes e nascentes que encontrares p'lo caminho!
Ao ar bendito que só aí habita.
Amigo!
Por favor!
Aos ventos suaves ou fortes que soprarem!
Conta-lhes deste meu descontentamento e magoa!
Diz-lhe que eu implorei!
Que soprem e levem p'ra bem longe, para terras de ninguém!
Este mal de que o homem sofre!
Que o deixa sem Força, sem Tino, sem Lei, nem Grei!
Sem Norte!
E dá um beijo à terra pó, corpo de todos nós!
E ao Sol abençoado, do nosso Alentejo amado!
Diz-lhe que eu voltarei!
Sim voltarei!
Nem que seja em pó!
Ao meu torrão sagrado!...
Aquele abraço para ti amigo!
E para todos os caminhantes!
Rosa Guerreiro Dias
27-4-2012