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Rosademesinha é uma flor silvestre, mas muito delicada, e sensivel, nome que uma amiga minha me deu, achei interessante, titular meu blogs com este nome, que no fundo diz de mim o que na verdade sou. Campesina, Delicada, Sentimental, Sensivel.
O OLHAR DUMA ALENTEJANA
SOBRE A PESSOA LINDA QUE FOI !
""Francisca Cabral
Senhora e Rainha"
da
“ Casa do Barreiro “
Alpedrinha não é só Serra
Nem só granito nem pedra
Nem só as águas que cantam
Nem só calçada Romana
Nem só sagrada ou profana
Mas também Palácios que encantam
Numa “Capela Ancestral”
Ouvimos um Recital
Tocado por dois talentos
Seguiu-se então a Poesia
Que trouxe grande alegria
A estes raros momentos
Conheci para meu bem
D. Francisca que tem
Um tesouro em sua mão
Palácio “ Casa do Barreiro”
Entre muitos o primeiro
Que trago no coração
Vem do Século dezanove
De traços lindos, bem Nobre
Faz sonhar quem está por perto
Tem janelas, janelinhas
Tantos beirais e portinhas
E um grande Portão aberto
Ao entrar no Palacete
Abre a porta um ramalhete
D. Francisca em Flor
Tanto saber, Livro aberto
Contando a história a seu jeito
Misto de saudade e Amor
A Poetisa captando
Tudo vai ouvindo e vendo
Gravando em seu manual
E de Salão em Salão
Vai Francisca com paixão
Narrando o seu historial
Tudo espanta, tudo encanta
Tudo chora, tudo canta
O passado está presente
Entra o Sol, beija a saudade
Estatueta sem idade
Neste Nobre Palacete
No meu quarto de dormir
Está o requinte a sorrir
No branco lençol bordado
E por detrás da vidraça
Vejo Alpedrinha com graça
Qual Presépio iluminado
Cedo acordamos sem custo
Por hábito fazemos isto
P’ra começar novo dia
Mas ali eu fiz questão
De tomar a refeição
Com amigos de estadia
Pequeno almoço, num recanto
Dando uma visão de encanto
A um outro Outono da vida
Olhei os medronhos corados
Caírem ao chão de cansados
Num adeus de despedida
Numa mesa redonda e bela
Bem juntinho da janela
Onde tudo o olhar petisca
Desde o leite ao “ Café Delta”
Aos bolinhos, à compota
Tudo tem mão de Francisca
Numa mesinha de apoio
Havia pãozinho saloio
Pêro fresco vermelhinho
Conversa de ocasião
Fez parte da refeição
Num Verão de S. Martinho
Inês uma jovem beleza
Foi a Flor, centro de mesa
Com um toque de doçura
Sempre atenta, tudo ouvia
Por vezes, até sorria
Com seu olhar de candura
Surge então a despedida
E há D. Francisca querida
Sempre de riso no ar
Dei-lhe um abraço dos meus
Dos que não dizem adeus
Pois na certa irei voltar.
Com muito carinho e admiração para a
D. Francisca Cabral da “Casa do Barreiro”
Em Alpedrinha
Da amiga certa
Rosa Guerreiro Dias
“ Poetisa Popular Alentejana “
15-11-2003
Durante várias vezes voltei a Casa de D. Francisca!
Sempre fui recebida com o carinho e a elegância que lhe eram peculiar.
Minha singela homenagem de despedida a essa Senhora e amiga
D. Francisca Cabral.
Uma das grandes beneméritas de Alpedrinha
Que nos diz Adeus num lindo dia de Dezembro!
Em que o Sol brilhava e os Céus se abriam para receber Francisca.
Descansa em Paz minha querida e doce amiga!
""Senhora e rainha da Casa do Barreiro""
Em Alpedrinha, Serra da Gardunha.
Rosa Guerreiro Dias
28-12-2011