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Rosademesinha é uma flor silvestre, mas muito delicada, e sensivel, nome que uma amiga minha me deu, achei interessante, titular meu blogs com este nome, que no fundo diz de mim o que na verdade sou. Campesina, Delicada, Sentimental, Sensivel.
O valor do tempo
António chegava a casa, depois de mais um dia de trabalho sentia-se cansado, irritado consigo próprio, pois a sua vida era, casa trabalho, trabalho casa, sem espaço sequer para relaxar um pouco com família filhos ou até mesmo os amigos.
À porta de casa, e como sempre acontecia, lá estava o seu filho o pequeno Helder que aparentava cerca duns seis anos de idade, que todos os dias esperava por ele, a criança correu na direcção do pai pendurando-se ao seu pescoço, o pai retribuia o abraço do filho, ao mesmo tempo que dizia, vai filho vai brincar que o pai vem muito cansado.
Helder olhou o pai, e disse!
Pai!
Posso fazer-te uma pergunta?
O homem sem grande vontade e ao mesmo tempo que caminhava dizia!
Diz lá o que é tu que queres, mas rápido, que o pai vem cheio de fome, e ainda tenho que tomar um duche.
A criança perguntou então!
Ó pai, quanto ganha o pai em cada hora de trabalho?
Ó filho, não estou a perceber qual o interesse?
Eu gostava de saber quanto o pai ganha à hora, só p’ra saber!
António não estava entendendo a pergunta do filho, mas só para ser deixado em paz disse, ganho cerca de 15 euros por hora, já estás satisfeito, agora vai brincar.
A criança diz repentinamente, o pai pode-me emprestar dez euros?
António já estava a ficar sem paciência e de voz alterada pergunta para que queres tu os dez euros?
É p’ra comprar uma coisa que me faz falta!
Que precisas tu que não tenhas? Perguntou o pai!
É uma coisa, uma coisa que eu não tenho e eu queria ter, repetia a criança.
Ó filho o dinheiro custa muito a ganhar, ainda se dissesses para que é?
Ó pai é uma coisa cá minha, mas pronto se não me podes dar tudo bem…
O pequeno Helder virando as costas entrou no seu quarto fechando a porta de seguida.
António depois de cumprimentar a esposa dirigiu-se à casa de banho para tomar o bendito duche, enquanto o fazia, a conversa que tinha tido com o filho martelava em sua cabeça!
Depois dum rápido mas delicioso banho, vestiu um fato de treino, e antes de ir jantar, dirigiu-se ao quarto do filho, abriu a porta e deu com o menino esticado sobre a cama vendo televisão.
António, sentou-se na cama do filho dizendo, sabes filho, estive a pensar melhor sobre o pedido que me fizeste, e então decidi, vou dar-te os dez euros, aqui os tens.
Os olhos da criança voltaram a brilhar, saltou da cama, beijava o pai ao mesmo tempo que dizia, obrigada pai, tu és o melhor pai do mundo.
Depois desta manifestação de alegria que deixou António emocionado!
A criança correu em direcção ao seu mealheiro, de onde tirou uma nota de cinco euros que juntou aos dez emprestados pelo pai, e orgulhoso disse.
Pai, eu agora, já tenho quinze euros, já posso comprar uma hora do teu tempo!
Por favor o dia que te der mais jeito lá no teu trabalho, vem mais cedo para casa para poderes jantar comigo e brincarmos um pouco.
Pois eu janto sempre sozinho!
E sinto saudades de estar contigo.
António ficou sem palavras!
E com lágrimas nos olhos, puxou o filho para si, e abraçando-o dizia em voz baixa, desculpa filho, desculpa o tolo do teu pai.
Esta história é real nos tempos em que vivemos, e serve de chamada de atenção para todos os que trabalham arduamente dia a dia sem tempo para mais nada.
Não é sábio, deixar escorregar entre os nossos dedos o tempo!
Sem ter passado algum desse tempo, com aqueles, que realmente são importantes p’ra nós.
Aqueles que estão mais perto do nosso coração.
Será bom, não esquecermos de compartilhar esses 15 euros do valor do nosso tempo, com alguém de tanta importância como são os nossos filhos, e mais ainda, é nesta fase de crescimento que os nossos filhos mais precisam de nós, e que gravam nas suas mentes os momentos bons e maus que os irão acompanhar até ao fim das suas vidas.
Quando a morte chegar!
E que todos nós sabemos que pode acontecer dum momento para o outro!
A empresa para a qual estamos trabalhando, poderá facilmente substituir-nos numa questão de horas.
Já a família, os filhos e os amigos que deixarmos para trás irão sentir essa perda para o resto de suas vidas…
"Texto de autor desconhecido"
""POETISADO POR""
Rosa Guerreiro Dias
29-10-2010
Ao amigo
Dr. Simas Abrantes
Neste pouco tempo que a vida nos concede!
Alguns de nós, conseguimos a proeza!
Dar muito mais, do que a vida nos pede
Sem disso fazermos alguma certeza.
A este proceder chama-se humildade!
De gente que passa sem grandes alaridos
São almas nobres despojadas de vaidade
Inscritas na lista dos esquecidos.
Como tudo na vida!
Uns são assim e outros doutro jeito!
Cada um cumpre aqui a sua missão!
E conforme a veia que lhes alimenta o peito
Constroem palavras com a própria mão.
Assim é o poeta, que transborda e diz
O que lhe vai na alma e na sua vontade
Doando ao esquecido um momento feliz!
Com as frases sentidas, que dizem verdade…
Assim eu te vejo meu querido amigo
Fazendo pelos outros, como farias a ti!
E eu que me sentia, em divida contigo
Vim dar-te o abraço que te prometi…
Rosa Guerreiro Dias
24-10-2010
FIZ
A lágrima! Lancei-a fora!
A mágoa pôs-se a andar
A dor, já cá não mora
E o perdão tomou lugar.
Dos braços fiz doações
Das palavras fiz os beijos
Do carinho tirei as lições
Que espalho como desejos
Da amizade fiz um xaile
Do Sol, fiz o viver
O amor? Escrevi em brail
P’ra qualquer cego entender
Da força, fiz uma arma
Que trago sempre comigo
Fazendo da guerra calma
E do inimigo, um amigo
Dos sorrisos, fiz um Mar
Das crianças, fiz a esperança
Dos ombros, fiz um altar
P'ra tu sentires segurança
Fiz estrelas dos ciúmes
Dos desgostos, alvoradas
Matei de vez os queixumes
Dos tormentos, fiz risadas
Do teu rosto, fiz um espelho
P'ra me olhar todos os dias
Da palavra, fiz conselho
Das tristezas, alegrias
Dos teus olhos, fiz verdade
Do teu amor uma guarida
Que me leva à felicidade
Que me dá sentido há vida
Dos meus filhos, fiz saudade
Dos meus netos, fiz presença
Da poesia a felicidade
Que treina a minha lembrança
Em cada momento vivido
O amor vai sempre á frente
Porque a vida só faz sentido
Se o amor estiver presente.
Rosa Guerreiro Dias
2009
Alentejo branco
Meu branco Alentejo estás pronto, a abraçar!
Teu braço direito, já alcança o mar!
Há esquerda do peito, tens a Estremadura
Que abraças, enlaças, e lhe dás amor.
Com ventos cortantes, Verões de calor!
Tu adoras, e beijas, essa terra dura.
Tua seara verde, por vezes dourada!
De lírios do campo, toda salpicada.
Malmequeres branquinhos de olho amarelo!
As rubras papoilas rompendo o asfalto.
Cegonhas branquinhas em pouso bem alto!
Trauteiam felizes rondando o Castelo!
No nosso Alentejo a cal é de neve
Nas toscas paredes dos montes!
Pousados nas searas verdes
Do branco ressalta rodapé em cor
Traçado com jeito, por mãos de traquejo!
Que amassam o pão!
Que moldam o queijo!
Que afagam seus filhos com gestos de amor…
Rosa Guerreiro Dias
1-4-1996
António Ervedoso
História
Biográfica
Da Vida e Obra
de "António Ervedoso"
António Inácio Ervedoso.
Nasceu em Setúbal a 27-1-1925 onde viveu até aos seis anos de idade.
Já aí, António Ervedoso mostrava o seu talento no campo das artes.
Corria para a praia de Setúbal onde se sentava horas a fio, pintando os barcos que passavam sobre as águas do Rio Sado, assim como toda a natureza envolvente.
Ervedoso foi um autodidacta…
Não lhe eram conhecidos antecedentes familiares que estivessem ligados às artes, nem tampouco frequentou qualquer escola da especialidade!
Só um seu irmão, o mais novo Joaquim Inácio viria mais tarde a ser um dos principais desenhadores da Cuf.
Viviam-se tempos difíceis!
Os pais de António, decidiram procurar melhor vida, e assim rumaram a Beja, cidade onde iriam criar seus filhos com um futuro mais promissor!
António ali frequentou a escola do primeiro ciclo juntamente com seus irmãos!
Continuou estudando até que aos dezoito anos com seus pais e irmãos regressam à margem Sul instalando-se no Barreiro.
António era o mais velho dos três filhos do casal.
Com a morte de seu pai, teve que recorrer ao trabalho para ajudar sua mãe na criação de seus irmãos.
Empregou-se em Lisboa, ali P’rá Bairro Alto numa firma chamada “C.Miller” que exportava objectos de decoração.
E foi aí, que António Ervedoso começou a dar largas á sua imaginação artística!
O seu talento não passava despercebido, e foi esse talento que o fez ganhar a admiração de patrões, e colegas que com ele conviviam!
Ervedoso era um jovem humilde muito reservado, introvertido, como a maioria dos grandes artistas.
Na “C. Miller” viria a conhecer a mulher que o acompanharia até ao fim da sua vida Ilda Ventura, também ela, uma artista no campo da pintura!
E que seria a mãe dos seus dois filhos! Ana Margarida e Carlos!
Foi a arte, e algumas circunstâncias da vida que os aproximou, e fez aflorar neles uma paixão que os levaria ao casamento.
Ervedoso saiu da “C.Miller” em 1959, indo-se instalar em Cacilhas onde montou a sua própria Industria de candeeiros artisticamente pintados; chegou a ter 14 funcionárias na feitura de abajures.
As obras de Ervedoso eram adquiridas por várias lojas de arte da capital, que por sua vez as exportavam para o Estrangeiro.
Nesse mesmo ano estava em construção o novo “Hotel Estoril Sol” onde Ervedoso viria a obter o 1º lugar no concurso para a aquisição de candeeiros.
Em 1962 a “Ponte Salazar” hoje “Ponte 25 de Abril” estava sendo inaugurada.
Os repórteres que faziam a cobertura sobre a cerimónia; souberam por portas travessas da arte de António Ervedoso e fizeram questão de fazer uma reportagem sobre a “ Oficina das Artes”.
Ervedoso embora se sentisse feliz com a divulgação, continuava no entanto no seu canto, fugindo sempre aos olhares indiscretos, e assim, foi camuflando a sua arte, sem que parte do mundo tivesse o privilégio de usufruir das belezas naturais que jorravam naturalmente da sua alma.
Nasce a sua primeira filha, decide então mudar de casa, vai para Vila Nogueira de Azeitão onde permaneceu durante dez anos.
Pouco tempo depois de ali estar, nasce o seu 2º filho, ali cresceram e passaram a sua meninice até à sua entrada para a escola.
Ervedoso decide então realizar um sonho que há muito acalentava dentro de si, o de construir a sua própria casa onde poderia ter, seu próprio espaço, sem que fosse incomodado, quando se dedicava à pintura.
Foi Mira Tejo, o local escolhido para que o artista desse largas á sua fértil criatividade.
As suas mãos incansáveis viviam recheadas de arte, onde o instrumento principal podia ser um simples pincel, que embebido em tintas de variadíssimas cores, se deixava desmaiar sobre a nua tela e a transformava numa obra única! Deixando todos nós quedos de espanto.
As pausas no trabalho, eram poucas, apenas o tempo de fumar um cigarro ou beber um café, e logo corria para os braços dum espaço que era só seu, onde guardava o tesouro das suas mãos! A Pintura.
Foi autor de muitas obras em maquetas pintadas, que floriram e abrilhantaram os palcos de alguns festivais da canção infantil, a nível do país, e de algumas Marchas de Lisboa!
Vindo também a construir a maqueta da igreja Nova de Mira Tejo.
Nasceram muitos trabalhos artísticos das mãos deste homem que nasceu e viveu apenas para a arte.
Numa cave, de paredes toscas, onde o sol espreitava a medo através das pequenas janelas rentes ao tecto, podia-se ler o texto escrito pelo artista …
“O artista criativo leva uma vida dupla!
Parte sendo humana, a outra artística!
Elas nem sempre coincidem…
Desde que a vida não se intrometa nem interrompa o artista…
Ele cria uma Obra – Prima “
“Ervedoso”
António Ervedoso!
Era um homem de bom coração, meigo, carinhoso, educado, mas que vivia afastado da vida social, desejando sempre não ser interrompido, e assim viveu os seus dias criando, sempre criando, até á sua morte no ano de 2009.
Hoje, todos aqueles que privaram de alguma forma com António Ervedoso, ao olharem a sua magnifica obra inacabada;
Ficam com a certeza, que o artista guardou dentro de si até ao último momento, a imagem e os sonhos, daquele menino, que pintava os barcos que se balançavam, nas águas verdes azuladas das “Praias do Sado”.
Para! António Ervedoso
Da prima e afilhada com muita admiração e carinho…
Joaquina Rosa Pedreiro Guerreiro Dias
Poetisa Popular Campomaiorense
“ Rosa Dias”
1/10/2010
KiKo
Amizade e Saudade!
São sentimentos!
Que até hoje, eu pensava que só se tinham por pessoas!
Como eu estava enganada...
O KiKo era um gato, e embora não sendo meu, eu lhe queria muito bem, entrava na minha casa como se fora a sua, subia no sofá encostava-se tranquilo, como estas fotos tiradas à poucos dias bem o documentam.
O KiKo ia para a rua dar as suas voltas, brincava com os cães, corria com eles!
Eu da minha janela ficava tempos admirando este brincalhão de que toda a gente gostava, até os cães.
De vez em quando voltava à varanda deitava-se no tapete de entrada de barriga para o ar pedindo festas.
Mas um dia!
Durante um dos seus habituais passeios à rua...
Houve alguém que sem dó nem piedade, lhe roubou essa alegria de viver!
O KiKo foi atropelado.
Embora sendo gato, ele gostava de viver, e dava alegria à sua pequena dona de 8 anos, e a toda a vizinhança que conhecia o KiKo.
Vi no rosto de suas donas as lágrimas da tristeza cairem como se de um ser humano se tratasse.
E eu, não vou voltar a ver através da minha janela, o KiKo brincando alegremente com os cães do meu Bairro.
Nem o verei mais rebolando-se no meu tapete esperando festinhas.
Nem subirá mais para o meu sofá em poses que ficarão na minha memória e que hoje reparto convosco.
Afinal, os gatos também deixam saudades! Sabiam?
Rosa Dias
6-10-2010
Quando os homens!
Não esquecem os outros homens!
Isso quer dizer que se faz?
A simplicidade marcou presença
Um olhar sobre o sentimento poético!
Dois filhos de Campo Maior!
Desloquei-me propositamente a Campo Maior, a quando da Homenagem que o nosso Município fez, ao Distinto Professor Dr. Mário João de Oliveira Ruivo.
Mais que uma homenagem, foi um encontro de conterrâneos, e amigos.
O entusiástico e ao mesmo tempo emotivo discurso do Sr. Presidente da Câmara acerca do homenageado...
A admiração e o apreço contido nas palavras do não menos distinto Sr. Professor e Historiador Francisco Galego...
A simplicidade natural do Homenageado, partilhando com o seu povo as histórias de sua infância passada em Campo Maior!
As memórias contadas na primeira pessoa, dum historial familiar que faz parte da história de todos os campomaiorenses.
Foram motivos suficientes para que a emoção tomasse conta de nós, fazendo com que este momento se torne inesquecível em nossas vidas.
Parabéns a todos os que directa ou indirectamente fizeram parte deste evento!
É razão para dizer, vamos a mais momentos destes, onde a justiça é o tema...
Este foi o meu abraço!
Como Homenagem sentida
Ao Distinto Professor
Dr. Mário João de Oliveira Ruivo
Alentejo, mais uma vez
O teu povo camponês
Voltou a dar que falar
Um filho teu, qual tesouro
Tem seu nome escrito a ouro
Nesses mundos dalém Mar!
Formado em Biologia
Espalhas-te a sabedoria
Sobre os Mares tua paixão
Teu nome fica na história
E ganha lugar na memória
Dum povo que é teu irmão
Se nunca é tarde para aprender
Nunca é tarde para dizer
Obrigada, meu amigo
Serás o grito maior
Neste campo que é o melhor
E onde nasce o melhor trigo
A terra deu-te a alegria
E o Oceano a magia
Que te havia de guiar
Da raiz veio a nobreza
Duma alma camponesa
Que no mundo marcou lugar
Poesias de almas sedentas
São elas o ouro dos poetas
Que eu trouxe para te dar
Trago a alegria comigo
Por te conhecer como amigo
E de te poder hoje abraçar…
Vou deixar o meu presente
Nas mãos da brava semente
Em plena homenagem de glória.
Mário Ruivo, tu não morrerás!
Com teu povo ficarás…
E serás parte da nossa história.
Rosa Guerreiro Dias
29-9-2010
02-10-2010