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Rosademesinha é uma flor silvestre, mas muito delicada, e sensivel, nome que uma amiga minha me deu, achei interessante, titular meu blogs com este nome, que no fundo diz de mim o que na verdade sou. Campesina, Delicada, Sentimental, Sensivel.
A Carroça Vazia
Certa manhã o meu pai, homem sério e de muita sabedoria, convidou-me a dar um passeio pelos campos.
Depois de caminharmos algum tempo!
Deteve-se subitamente perto duns caminhos de terra batida, e perguntou-me:
Além do cante dos pássaros, ouves mais alguma coisa?
Pus-me à escuta, e respondi: estou ouvindo também o barulho de uma Carroça.
Isso mesmo disse o meu pai, duma Carroça, vazia.
Perguntei-lhe:
Como é que o pai sabe que a Carroça está vazia se ainda não a vimos?
Ora é fácil!
Quanto mais vazia está a Carroça, maior é o barulho que faz.
Cresci, e hoje já adulto!
Quando vejo uma pessoa a falar demais, aos gritos!
Tratando o próximo com absoluta falta de respeito!
Prepotente, interrompendo toda a gente!
E querendo à força demonstrar que só ele é dono da verdade.
Tenho a sensação de ouvir a voz do meu pai dizendo:
Quanto mais vazia está a Carroça!
Maior é o barulho que faz …
“Autor desconhecido”
Achei interessantíssimo este texto!
Pedi ao autor da publicação que o deixasse transcrever para o meu Blogue.
Com simpatia aceitou!
Obrigada amigo.
Espero que esta história sirva de lição para todos nós.
Rosa Dias
24-6-2010
Os poetas não morrem
Não chores meu amigo!
Não vez que é mentira!
É mentira!
Não morri, eu já disse.
Eu ficarei contigo!
Que trapaça, a morte não pode!
Não pode levar!
Quem espalhou na terra tamanha alegria...
Quem tanto amou!
Quem chorou, quem riu dizendo poesia…
Por isto e por tudo!
Os poetas não morrem, terão que ficar.
Que graça!
Que graça eu acho da grande trapaça!
Digo eu ao mundo gozando em chalaça…
A morte me disse, vem; chegou tua hora!
E eu ri à gargalhada dizendo…
Diz lá outra vez, não estou entendendo!
E empurrei a morte da porta p’ra fora.
Ela saiu, saiu à força;
Mas irá voltar, e sem eu esperar, levar-me-à a vida!
E p’ra mostrar seu poder!
Apenas deixará minha carcaça estendida.
Mas logo me erguirei, enfrentando a morte...
Gritarei em glória…
Ficaste-me o osso que em pó se desfaz!
Apesar disso, não me dou por vencida!
Ainda que eu vá p’ró além perdida…
A obra que eu deixo!...
Tu não matarás.
Rosa Guerreiro Dias
1-4-1996 - 23-6-2010
A humana súmula
A piedade deixaria de existir
Se não fizéssemos nós os Pobres de pedir;
E a compaixão também acabaria
Se a todos, como nós, feliz chegasse o dia.
E a paz se alcança com mútuo terror,
Até crescer o egoísmo do amor:
A crueldade tece então a sua rede,
E lança seu isco, cuidadosa, adrede.
Senta-se depois com temores sagrados,
E de lágrimas os chãos ficam regados;
A raiz da humildade ali então se gera
Debaixo do seu pé, atenta, espera.
Em breve sobre a cabeça se lhe estende
A sombra daquele Mistério que ofende;
É aí que Verme e Mosca se sustentam
Do Mistério que ambos acalentam.
E o fruto que gera é o do Engano
Doce ao comer e tão malsano;
E o Corvo o seu ninho ali o faz
No mais espesso da sombra que lhe apraz.
Todos os Deuses, quer da terra quer do Mar,
P’la Natureza esta Árvore foram procurar;
Mas foi em vão esta procura insana,
Esta Árvore cresce só na Mente Humana.
"Miguel Torga"
A Baia do Seixal
Pousado nas águas do Tejo
Neste cantinho de Portugal
O Cacilheiro veio dar um beijo
Perfumando assim a poejo
A “ Baia do Seixal”…
**
É o Barco do desejo
Da inspiração do poeta
Onde o cante ganha ensejo
E onde as gaivotas do Tejo
São um farol sempre alerta
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Cais da Mundet se chama
Onde o Cacilheiro da alegria
Em águas de algas e lama
Foi fazendo a sua cama
Batida a vento e a maresia
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Debaixo do olhar atento
Dum Alentejo quente e frio
Estava um povo em sofrimento
Tendo por único alento
A força dum Além -Rio
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Por aqui muitos ficaram
Mas as raízes sempre serão
Desses povos que vieram
E que pouco a pouco aprenderam
A semear novo pão
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Povo meu! Ó povo meu
Emigrante no teu país
Do que tinhas, nada era teu
E tampouco a vida te deu
Quando tu só querias ser feliz…
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No balançar destas águas
Em tempos que já lá vão
O povo afogava as mágoas
Pois a vida não dava tréguas
A quem queria ganhar o pão!
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Mas o Alentejo!
O Alentejo ganhou em brio!
Dia a dia, ano a ano
Dalém ou daquém do Rio
Mesmo em tormentas de frio
Canta um povo Alentejano
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E hoje…
Em dias de vendaval
Ou na calmaria dos Verões.
Junta-se à nossa, a voz do Seixal!
P’ra bendizer Portugal…
E esta língua de Camões…
Rosa Guerreiro Dias
26-5-2010
Paixões
As paixões são como as borboletas
Chegam lindas, duram pouco
O seu encanto! São tretas
E o amor de paixão é louco…
Toda a paixão é inconstante
Como as ilusões da vida
Chegam! Partem num instante
Deixando a alma partida!
E as feridas que vão deixando
São custosas de sarar
Mas são janelas se abrindo
Deixando outro amor entrar…
Rosa Guerreiro Dias
12-6-2010