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Rosademesinha é uma flor silvestre, mas muito delicada, e sensivel, nome que uma amiga minha me deu, achei interessante, titular meu blogs com este nome, que no fundo diz de mim o que na verdade sou. Campesina, Delicada, Sentimental, Sensivel.
Se eu fosse pintora
Pegava um pincel e da minha casa fazia um painel!
Dois braços abertos, eu começava a pintar
E um sorriso franco convidando a entrar.
A pender das janelas, vasinhos floridos
E espreitando por elas
Os meus amores queridos.
Há porta do quintal colocava um cartaz
Dizendo!
Poderás entrar se vieres em paz.
E pintava a alegria, logo ali na entrada
Onde as crianças poderiam brincar!
Sem medo de nada.
Na sala?
Na sala um pomar, com fruta bem pura
Onde quem entrasse tivesse fartura.
Em cada quarto?
Um jardim em flor
E as camas seriam, poemas de amor.
A linda Primavera?
P’ró quintal destinava
Com variadas flores, que a todos pasmava.
Suspensas das árvores, cadeiras “ vai – vem”
Onde os mais idosos
Dormissem a sesta, sentindo-se bem.
E enquanto dormiam!
Eu com as tintas da flor
Pintava a velhice, sem rugas, sem dor.
E só com esta pintura pintada a rigor
Minha casa seria!
Um recanto de amor.
E com várias cores e um fino pincel
Assinava com amor, esta obra em flor
Dum sonho em painel
Mas isto é um sonho! Que não sai do sonhar!
Mas eu poetisa! Com minha poesia!
Irei dia a dia! Meu sonho pintar.
Rosa Guerreiro Dias
24-4-1980
E
O toque da Sineta
Não faças por ver fazer
Ou porque é chique ajudar
Dá com alma, com prazer
Algo que tenhas p’ra dar
Quem deu dez, diz que deu cem
E tem que logo apregoar
Leva os dias num vaivém
Quer todo o mundo informar
Lá no fundo, sabem bem
Que assim não deviam ser
Mas vaidade neles, é lei
Na lei deles vão viver
Dádiva que vem de dentro
Só quem recebe, a verá
Não é apregoada ao vento
Nem badalada será
Só mais um pode saber
Toda a intenção escondida
É “Deus”, que nos vai escrever
No livro da morte ou da vida
Que favor estás tu fazendo
Que não pudesses fazer
Tens celeiros abarrotando
Tens o pão a apodrecer
Dás um, e sobram-te montes
Tudo te sobeja em fartura
Partirás antes que o contes
A vida é de pouca dura
Se pudesses, no teu ultimo segundo
E numa hipocrisia triste
Apregoavas ao mundo
Todo o bem que repartiste
Destes, há por aí com fartura
Santas falsas, falsos santos
Gente reles, que muito dura
Finam muitos; ainda há tantos…
Rosa Guerreiro Dias
15-1-2006
A RAIZ
do
PÃO
Na planície deserta, a beleza é constante!
Beleza tão pura, e de encantos tais!
Onde o olhar se perde a cada instante;
Lá nos arvoredos!
Pouso de pardais.
A seara verde, me convida a entrar!
Para eu sentir na pele, a raíz do pão!
Vem o Sol bendito, meu rosto beijar!
E dizer-me ao ouvido!
Está chegando o Verão.
Alentejo amado por meu coração;
Acalmas-me a alma; alivias-me as dores!
Só tu és a musa desta inspiração!
E eu com as palavras!
Vou plantando flores.
Foi este silêncio, esta nostalgia
Que fez do teu povo, um povo poeta!
Que semeiam os campos com doce poesia!
Espalhando no vento!
Seu grito de alerta.
Vem o sopro da aragem, abanando a espiga!
Avivando a saudade a esta poetisa!
Trazendo-lhe à memória, quando foi rapariga!
E dando-lhe a certeza! que esta camponesa.
P'ra poder viver!
Pouco mais precisa.
Rosa Guerreiro Dias
4-4-2010
Será
Será que acreditamos, que "Jesus" nasceu?
Que viveu e andou, entre a multidão?
Que pela humanidade, um dia morreu?
E que espantou o mundo, na ressurreição?
Será que "Jesus" foi visão dum instante?
Ou que seu espirito activo morreu, ao ele morrer?
Que a palavra da verdade, não foi relevante?
Ou será que o maior cego, é o que não quer ver?
Será que é o Sol, que guarda o segredo?
Aquele que nas ondas do Mar "Jesus" escreveu?
Aquele que faz a terra, estremecer de medo?
Tal e qual o trovão que das nuvens desceu?
Nós pobres mortais, sem rumo, sem rota
Vamos perguntando, será assim ou não?
Quando em nossa alma já está a resposta
"Sómente Jesus é a salvação"
Cada "Páscoa" que passa, se renova a esperança
Promessa de vida, que nos mantém em pé
Por "Deus" dada aos homens como sua herança
Mas somente herdada, por homens de fé.
Rosa Guerreiro Dias
2-4-2010