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Rosademesinha é uma flor silvestre, mas muito delicada, e sensivel, nome que uma amiga minha me deu, achei interessante, titular meu blogs com este nome, que no fundo diz de mim o que na verdade sou. Campesina, Delicada, Sentimental, Sensivel.
Alentejanos
assistem ao documentário da BBC no computador levado pela SIC
BBC no Alentejo - Reportagem SIC
Sic levou computador portátil ao Alentejo para as populações assistirem ao documentário da BBC sobre as criaturas do montado, do
sobral que foi filmado no Alentejo.
Março 2-2009 - 8:43
Natureza, Reportagem
Natureza
Rio Xévora
A cegonha sente-se em casa
J.Rosa Guerreiro Dias < Poetisa Popular Alentejana>
<<Viu, Sentiu, e escreveu>>
Criaturas do sobral
O Alentejo vibrou de novo
Eu vi, no olhar do nosso povo
Espanto, orgulho e emoção
Preso a um pequeno ecrã
Nesse dia de manhã
Com gente da televisão
Lá no café da aldeia
Onde a notícia escasseia
Foi uma surpresa e tanto
Uma pequena caixinha
Em cima duma mesinha
Prendia o povo de espanto
Era um filme virtual
Feito aqui em Portugal
Que p’rá <BBC> foi ensejo
Mostrando o que há por aqui
Uma passarada sem fim
Nos céus do nosso Alentejo
Gato bravo atiradiço
De olhar fixo qual feitiço
Correndo veloz sem medo
Mostrando a raça, na caça
Duma elegância com graça
Expondo p’ra nós seu segredo
Nem se queria acreditar
Tanta bicharada a saltar
Por essa planície inteira
O pastor dizia então
Este, <ê nâ> conheço não
Mas esta, esta é a águia caçadeira
O sobro árvore imponente
Nasce ali à nossa frente
Nos campos da solidão
Tem nove anos de pousio
E volta de novo a ter brio
Na cortiça, <sê> cascarão
Diz o homem <ê nã> resisto
Mas <tô> a gostar de ver isto
Por esta, <nã> esperava agora
Ver aqui a nossa terra
Que tanta beleza encerra
Parecem coisas de fora
Pelo cante <ê sê> dizer
Seu nome, sem estar a ver
Passarada que aqui se acoita
Conheço cada passada
Cada pedacinho de estrada
Cada árvore cada moita
Depois de tanto passarem
E por esses campos penarem
Chora o pastor de saudade
Lembrando as histórias contadas
As reais e as inventadas
Todas contêm verdade
Cai a lágrima, molha o rosto
Vem sereno o Sol - posto
Aquietar o coração
A estes homens de aldeia
Que vão em busca da ceia
Depois de tanta emoção
Como é que numa pequena caixa
Tanta coisa ali se encaixa
É demais p’ró <mê> pensar
Mudou tudo tanto, tanto
Fica a gente meio tonto
Se nos vêem a explicar
Estas modernices de agora
Feitas aqui e lá fora
Até que são engraçadas
Escarafuncham por todo o lado
Mostram o presente e o passado
Com máquinas sofisticadas
Se <mê> pai erguesse a cabeça
E visse tanta diferença
Nesta nova geração
Morria <da' repentemente>
Nem sequer dava tempo à gente
De lhe explicar a evolução
Agradeço estes momentos
Ao lembrar outros encantos
Das sofridas mocidades
Tinham muito mais pureza
Mais apego à natureza
E deixaram tantas saudades
Ficamos de novo à espera
Seja Verão, ou Primavera
Há por aqui muitas belezas
Raras pedras, flores raras
Há papoilas e searas
Nestas terras Portuguesas
Voltem sempre meus amigos
Mostrem aos novos e aos antigos
Memórias da nossa gente
Do povo a que pertencemos
Será bom, nunca esquecermos
Passado sempre presente
Rosa Guerreiro Dias
3-3-2009