Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Rosademesinha é uma flor silvestre, mas muito delicada, e sensivel, nome que uma amiga minha me deu, achei interessante, titular meu blogs com este nome, que no fundo diz de mim o que na verdade sou. Campesina, Delicada, Sentimental, Sensivel.
*****
Que é? que é?
QUE SERÁ?
QUE SERÁ?
Vou dizer.
São os ossos da carne da belissima alcatra
que nos foi servida em Porto Judeu.
Nas vesperas de nosso regresso a Lisboa.
**
Depois de tratados;
Resultaram nesta pequena estatueta.
Como recordação de uma semana passada na "Ilha Terceira"
19-10-2007
As cantadeiras da Alma Alentejana
e a
Poetisa popular alentejana
Rosa Guerreiro Dias
*****
E as lindas hortências
chamadas cachopas
em Porto Judeu
Castelo bem perto do céu.
Uma casa alentejana
Almofariz
Dois pratos de cavalinho
Pormenores
Recanto acolhedor
Camilha redonda
Pormenores vários
As velhas madres restauradas
Tacho de cobre,
Onde se faziam os doces
A velha estanheira , restaurada
Recanto do pátio
O velho poço, junto do churrasco
Cantos e recantos de hoje, onde a branca cal continua a brilhar
*****
Esta
É uma casa portuguesa concerteza
*****
Por aqui passou Campo Maior
Mostrando a sua beleza.
Neste avental.
Este poema foi bordado
Pelas mãos da minha amiga, de Elvas.
Joana dos Trapos.
*
A minha Vila, para mim, é doce recordação
Em toda a minha poesia, me serviu de inspiração
*
Campo Maior raiana, nos meus versos, tens lugar
Deus fez de mim poetisa, só para te poder cantar
*
Nesta Vila altiva e nobre, onde em tempos eu cresci
Conhecendo o que conheço, outra igual, não vi.
*
Dentro da alma do povo, faz a saudade viver
Obriga-nos a voltar, não deixa a gente esquecer
*
E como filha querida, a uma mãe muito amada
Eu faço a minha poesia, há minha Vila encantada.
Rosa Guerreiro Dias
1983
O Abril da Esperança
*****
***
*
Manhã de Abril
Numa linda manhã de Abril
Acordou tudo diferente
Saiu a lebre do covil
Encheram-se as ruas de gente
Da natureza soavam
Como um toque de alvorada
Passarinhos que cantavam
Ás quatro da madrugada
*
Passa a palavra na onda
Ergue-se o cravo encarnado
Ouve-se um grito! Que estrondo
Dum povo há muito calado.
Há timidez no falar
Há receio pois então
Mas logo se houve cantar
Solta-se a voz, ergue-se a mão.
*
Perde-se o medo, morre o receio
No povo velho e na mocidade
Tanta lágrima p’lo meio de alegria em liberdade
*
Corre a notícia veloz
Todo o craveiro floresceu
No meu povo renasce a voz
Primavera reviveu
E assim brilha o sol de novo
No meu país adorado
Abrem-se as bocas do povo
Do meu povo amordaçado.
*
Cresce o desejo ao poeta
Em dizer o que lhe apraz
Dum longo sonho desperta
Conta a guerra
Canta a paz.
*
Vinte e cinco de Abril chegou
Pondo um povo em liberdade
E da opressão que passou
Jamais sentirá saudade
*
Eu e tu militar luso
Que demos Liberdade ao povo
Fazendo dela bom uso
Não a perderemos de novo
*
Rosa Guerreiro Dias
25-4-1974
*
25-4-2008
*****
Cravos de Abril
*
Tu mulher de palmo e meio
De voz doce e olhar brilhante
Falas hoje sem receio
Desse momento importante
Foste o vaso, foste a terra
Onde o craveiro aflorou
E assim amainaste a guerra
A guerra que não sangrou
*
Com um molho de cravos na mão
Caminhaste na baixa á toa
Sem saberes da revolução
Que se passava em Lisboa
Há rua do Carmo chegaste
Viste soldados armados
Mas tu
Não te atrapalhaste
Ofereceste os cravos
Brancos e encarnados
*
Deste um cravo a cada mão
Mais nada tinhas para dar
E o tropa com emoção
Na espingarda o foi espetar
Com este gesto mulher
Trouxeste ao país glória
Não és uma mulher qualquer
Nem qualquer entra p’rá história
És somente portuguesa
Uma mulher em tantas mil
Mas só tu és concerteza
Mulher dos cravos de Abril
Rosa Guerreiro Dias
25-4-1999
*****
Palavras para quê
*
São mulheres potuguesas
*
Com veia raiana
Dançando Flamengo
Na Alma Alentejana
*****
Nazaré
*
Fatima
*
Ermelinda
*
Luisa e seu par
*
Fatima
*
Nazaré
*
Em grupo
*
Nazaré cantando a malaguenha
*
Ermelinda e seu bailarino
*
Agradecendo aplausos
*
A Rosa e a poesia
*
Depois do almoço
*
Ouvimos o cante
*
Poesia da alma
M
*
E com as sevilhanas o povo dançou
*****
*
*****
O ensaiador
É Luis Moisão
Boné a rigor
E micro na mão
13-4-2008
O Alentejo não tem fim
*
usica não faltouVisita ao Museu Amália
Depois dessa viagem
Desse adeus
Depois dessa tua voz adormecer
Depois desse turvar dos olhos teus
Que mais Amália
Que mais teremos nós para perder.
Entrei na tua casa e entristeci
Embora tudo ali fale de ti
Faltas tu
A tua voz, a tua luz
Vi os quadros o piano o xaile preto
O bandolim
A guitarra e o teu leito
E aos pez da tua cama
O olhar triste de Jesus.
Vi teus vestidos
Teus sapatos, teus brilhantes
Teu batom tuas pinturas teus enfeites
As medalhas, as ofertas, os louvores
As mesinhas
A lareira
O teu retrato
E novamente sobre o sofá o xaile preto
E á direita
Um buquê de lindas flores.
Sobre o teu leito
Óculos de sol, lenço bordado
E á cabeceira três rosários de oração
Com eles pediste ao Senhor Crucificado
A paz p/rá terra
E p/rós homens seu perdão.
Olhei a arte
Os pintores o seu talento
Enfeitando essas paredes bem pintadas
E achei por bem
Logo ali nesse momento
Imortalizar os seus nomes nestas quadras.
Vi, Ribo, Joaquim Valente, vi, Maluda
Jacinto Luís, Maria Taveira e Menez
Vera de Freitas, Basalisa, José Escada
Pedro Leitão e Cargaleiro bem Português
Van Boomen e o famoso Eduardo Malta
Luís Pinto Coelho, Lumina que perfeição
Mário Cesariny, finaliza e completa
Pintores e artistas, desta bela colecção
Ouvi o Chico
Soluçando na cozinha
Com ais de dor ele dizia que tristeza
De penas cinza continuava a avezinha
Já não sou nada
Mas, podem crer, já fui alteza
Ai, minha ama
Minha amiga, minha deusa
Ai, doce Amália
Doce voz doce trinar
Quando abraçavas a guitarra portuguesa
E terminavas
Com o Senhor Fado
A soluçar
Por fim
Declamei certo poema
E olhando o teu retrato pendurado
Nascia na minha alma
Um novo tema
Neste jeito de poesia
Que é meu fado.
Rosa Guerreiro Dias
12—8--2001
Joaquim Avó
Um homem de Abril
Nascido em Setembro
Alma Alentejana
Doze anos de vida
Doze anos de luta
Onde a palavra
Solidariedade
Sempre
Gritou mais alto
Que qualquer interesse.
*****
Quando a luta se faz com as armas do coração
A luta é leal, quer se queira ou não
E por mais que se diga
Ou que se ouça dizer
A razão tem razão, e não há nada a fazer
Entre os homens que se entendam
Ou por vezes não
Está a palavra que ofende
Negando o perdão
E os homens se esquecem de sua missão.
*
Missão de vontade, dum bem - fazer,
Onde a solidariedade, é a regra do crer
Foi isto que eu vi, e senti também
A luta de alguns
Com outros praguejando
E hás páginas tantas está tudo lutando.
Há os que ficarão, do lado de cá
E outros que irão de cá para lá
E até há quem fique simplesmente a ver
Nem nega, nem dá, razão, ou parecer
Nesta obra linda, com tanto a fazer.
*
Mas há quem resista, embora sofrendo
Sem perder de vista, este sonho lindo
Alma Alentejana, bendita semente
Planta genuína formada por gente
Desbravando ansiosos caminhos e montes
P’ra dar aos idosos novos horizontes
Deixando p’ra traz seu próprio viver
Só querendo paz, que os deixem fazer
*
Vim dizer-te amigo, que não irás só
Contarás comigo, meu amigo Avó.
Rosa Guerreiro Dias
6-3-2006 - 13-4-2008
*
Se tiveres um bom amigo
Reparte-o comigo
Só a amizade sincera
Traz à vida Primavera
E uma lufada de ar fresco
Eu sei que mereço
Refrão:
Anda amigo
Venha de lá esse abraço
Que há tanto desejo
Anda amigo
Que a amizade, não tem preço
Diz-se no nosso Alentejo
Meu coração está sorrindo
Assim estou sentindo
Minha amizade se estende
Não se compra, não se vende
O mundo assim é melhor
Diz nosso Senhor
*
Autora da letra
Rosa Dias
Trabalho oferecido pela autora à Ama Alentejana
Musica: Adaptada
A festa terminou
Mas não a amizade
Que logo se abraçou
Á Solidariedade
*
E uma alma poeta
Num olhar atento
Gravava na certa
O belo momento
*
E quando forem ler
A rima ou a prosa
Irão perceber
Que foi a amiga
Abraço da amiga certa
Rosa Guerreiro Dias