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Rosademesinha é uma flor silvestre, mas muito delicada, e sensivel, nome que uma amiga minha me deu, achei interessante, titular meu blogs com este nome, que no fundo diz de mim o que na verdade sou. Campesina, Delicada, Sentimental, Sensivel.
Nós e o Mar
Já no Outono da vida
Passando outra Primavera
Vida que nos vai de fugida
Deixando atrás, nada há espera
Nem braços, para os abraços
Nem lenços dizendo adeus
Só os meus olhos nos teus
Vão dizendo estou aqui
Aqui bem juntinho a ti
Junto ao Mar
Perto dos Céus
Ai como nós nos amámos
Grande Amor que ainda dura
Que pouco a pouco criámos
Embebido na ternura
Que em nossos sonhos deixámos
Noutros tempos noutras eras
Onde o horizonte era ali
Onde a esperança, era deveras
Repetindo as Primaveras
Que nos mantiveram assim…
Passa a gaivota apressada
Num barulhento quá’quá
Esvoaçando com saber
Sobre estas sombras do nada
Onde há um amor a escorrer
Sobre estas águas sem freio
Sempre, sempre sem parar
Direitas ao Alto Mar
Mar bravio
Que estás, como nós, com receio
De onde é que iremos parar…
Rosa Guerreiro Dias
29-3-2016
Homenagem
A um Homem de valor
No meio de tanta flor
Existe uma já sem cor
E que aqui foi plantada
Não é cravo, não é rosa
Tampouco erva cheirosa
É gente apenas, mais nada
Aqui nasceu e viveu
Sabem todos e sei eu
E o mundo já vai sabendo
De grão de Café na mão
Reparte trabalho e pão
Pelos que vão precisando
Numa porta envernizada
Toca qualquer mão cansada
Nessa porta sem postigo
Essa mão, trás um pedido
Quer faça ou não sentido
Terá resposta de amigo
É Rui, mas podia ser
Um outro nome qualquer
Ou quem sabe até Doutor
Rui nasceu de gente pobre
Possuidor de alma nobre
Chegou a Comendador
Com isto não quero dizer
Que será santo ao morrer
Mas que é raro, lá isso é
É um homem ponderado
Empreendedor afamado
No Império do Café
Meu amigo, e teu amigo
Fala comigo e contigo
Com toda a gente ao redor
Presto aqui minha homenagem
A este homem de coragem
Nascido em Campo Maior
((Letra para Fado))
Autora da Letra:: Rosa Guerreiro Dias
1-5-2015
17-6-2015
Que partindo’’ ficaram…
Florbela Espanca,
Na minha rua, na tua, na de todos, mora Florbela porque ela vive nas ruas, nas casas, nos corações, de quem a entende como mulher, como Poetisa do amor.
Esse Xaile de Florbela, que algumas vezes usei, declamando a minha Poesia, deixou em meus ombros, o seu perfume que jamais me deixará enquanto eu viva.
Obrigada Otelo Espanca meu amigo, descansa em Paz.
Natália Correia
Na minha Sala, não fuma, porque ela respeita minha alergia ao fumo, no entanto sua alma de Poetisa destemida elevando a sua voz ao mundo, serpenteia na minha Sala, na minha Poesia, no meu jeito de sentir, e dizer.
Fernando Pessoa
Em pessoa, passeia na minha rua, em todas as ruas desta velhinha Lisboa, que ele amou e teima em não deixar, os seus passos ainda se ouvem, descendo a rua Nova do Almada, em direcção ao Martinho da Arcada, onde entra diariamente.
Depois de dois dedos de conversa, percorre a sua amada Lisboa, senta-se à porta da Brasileira antes de regressar a casa…
E é ali, que me sento a seu lado, que trocamos palavras sobre quem somos, como somos, como sentimos a nossa Poesia.
Ary dos Santos
Sem Santo ser, nos diz como só ele sabe dizer, o sentimento que lhe escorre na veia, em arrebatada força, gritando ao mundo, a força da vida, numa arrepiante verdade, chamando as coisas pelos nomes, sem pudor, sem peneiras, sem vaidade…
António Aleixo
Tu representas a dor, a revolta, dum Povo que foi teu, é meu, e de todos os Portugueses que se sentem injustiçados.
Tu continuas sendo a alma dum Povo Luso que se revê em cada palavra dos Poetas Populares, que contam cantando as vidas vividas, em cada quadra, em cada estrofe da verdadeira Poesia que lhe corre na veia, e assim continuas vivo na Terra, na Pele, na Alma,na Poesia dos Poetas do nosso País do nosso Portugal...
Rosa Guerreiro Dias
12-12-2012
O ABRAÇO ETERNO
Na inferioridade da Terra
Sem serem plantadas
Surgiram raízes embaraçadas
Que aos poucos se estendiam
Por aqui, por além
E a terra sorria
E aos poucos se abria
Pois ia ser mãe
E um tronco aqui
E outro mais ali
Cresciam brincando
Falando entre si
Duas pequenas Árvores
De aspecto franzino
Sem esperança de vida
Cresciam sem tento
Ao sabor do vento
Mas de apertados laços
Sem nenhum lamento
Rebentaram braços
Que pariram ramadas
Serrando fileiras
E eram felizes
Felizes e belas
Grandes e fortes
As Árvores sombreiras
Mas um certo dia
Em que o Homem passa
Prende o seu olhar
Na força e na graça
Das Árvores de raça...
O Homem
Pôs-se a pensar
Logo idealiza
E em voz alta diz
Eu vou separá-las
E bem no meio delas
Perto da raiz
Junto ao coração
Irá passar gente
Animais e carros
Sobre o alcatrão…
E hoje
Apesar da dor
Em que a Árvore vive
E deste seu inferno
As raízes se enlaçam
As ramadas se abraçam
Num abraço eterno…
Rosa Guerreiro Dias
21-3-2015
E um amor profundo
Olhou para o mundo
Reparou em ti, e noutras raparigas
Nos cabelos negros
E noutros, bem louros, da cor das espigas
Foi tomando nota, gravando claro!
Com todo o cuidado, com jeito de Mãe
E logo reparou nesse meigo olhar, que a mocinha tem
Sussurrou num ai
O que na moça vai
É só Primavera
E pensou p’ra si!
E logo decidiu
E com toda a firmeza disse.
Com esta beleza
Irei dar mais cor, à ‘Mãe natureza’
Meteu mãos há obra, e eis o resultado!
Do teu raro perfume, salpicou as rosas
Desse tom rosado, que no rosto trazes
Pintou a Papoila, deu vida á Macela, e aos Lírios lilases
Do brilho intenso desse teu olhar
Iluminou a criança, avivou-lhe a Esperança
Deu brilho às Estrelas, e deu mais magia ao belo Luar
Desse teu sorriso, a nada igualado
Deu mais luz ao Sol
Clareou o branco, o branco caiado
Do nosso Alentejo, Alentejo amado.
E por fim, bem por fim
Às Mães, como a tua?
Deu este brilho intenso
Esta garra e força
Este Amor imenso
Eterno e profundo
Que a nada se iguala aqui neste Mundo…
(( Palavra de Mãe))
Para ti querida filha, com o grande amor da tua Mãe
Rosa Guerreiro Dias
10-5-2005
A quem dou os meus parabéns...s...
Estas muralhas erguidas
Sobre pedras enegrecidas
Com saber de velha louca
Negras de tanto pisar
São história p’ra quem passar
Que andará de boca em boca…
O casario se aconchega
Quando a neblina se achega
Humedecendo o lugar
Ouve-se um pranto encantado
Num tom de castiço fado
Perdido em seu vadiar …
E ali também perdidos
De trajes de tempos idos
Silenciosas figurantes
Em poses das mais diversas
Com mantos sobre as cabeças
Lembrando tempos distantes…
Nem Sol, nem Estrela, ao redor
Nem cama, lençol, cobertor
Nem um reflexo de luz
Só o bafo dos animais
E o afago de seus Pais
Para aquecerem Jesus…
Monsaraz em seu encanto
Faz o mundo olhar de espanto
E reflectir sobre a história
Este quadro, aqui pintado
Faz lembrar um outro quadro
Gravado em nossa memória…
‘JESUS’ e seu nascimento
Que teria como tormento
Um tronco de malfeitor
Ao nascer, foi adorado
Ao morrer foi torturado
Por espalhar na terra Amor…
Rosa Guerreiro Dias
30-12-2014
Tardes de Verão
Como eu gostaria de voltar a ver-me quando era criança.
Correndo descalça pelos campos fora cheia de esperança.
Subia p/ró carro do meu querido tio o tio Nicolau
Aquele carrinho que eu tanto adorava sem portinha atrás
Onde eu me sentava pernas balançava Maria rapaz
Juntinho de mim, ia também o meu querido irmão
Loucas cabecinhas cantando cantigas em tardes de verão
O carro seguia, e o macho andava louca correria
Passava aos favais, aos ervilhais dos campos em flor
O carro avançava e a gente saltava não sentindo dor
E em correria, com muita alegria íamos colher;
Ervilhas tão doces e favas tão boas p/ra cruas comer
Nova correria nos trazia ao carro que sempre avançava
E no meu regaço um monte de ervilhas que nos consolava
As cascas, caiam na estrada perdida do meu Alentejo
E ouvia-se o tio ralhando com o macho para não parar
A gente sorria, contentes felizes, cabeças no ar
O macho corria por entre caminhos seus já conhecidos
O carro pulava nas pedras da estrada dos campos esquecidos
E essas crianças que em tardes de Inverno choravam de frio
Viviam felizes em tardes de Verão no carro do tio.
Rosa Guerreiro Dias
1980---4-11-2014
Campo Maior
''Sara Corino''
ROSAS DE PAPEL
Num Palacete Real
Pertencente a Portugal
Por onde muita gente passa
Casa Mãe, Alentejana
Onde boa gente raiana
Foi mostrar a sua raça
Chegaram rosas amarelas
Rosas belas, das mais belas
Dum jardim por plantar
Minha ‘ alma quedou de espanto
Olhando p’rá‘quele encanto
Buquê que deu que falar
Vindas do nosso Alentejo
Onde o aroma a poejo
Perfuma os campos dalém
Estas rosas em botão
Vieram dizer que são
Desse Alentejo também
Eu! Quis saber que mãos benditas
Fizeram flores tão bonitas
Cinquenta rosinhas airosas
Dez pétalas cada botão
Que nas minhas contas dão
Quinhentas pétalas de rosas
Quarenta metros de arame
P’ra que o ramo, fique firme
Num buquê feito a rigor
Duzentas e cinquenta folhinhas
Folhas verdes, recortadinhas
Bem armadas com primor
Cola, e linhas, fizeram parte
Deste buquê, onde a arte
Não passou despercebida
Não é uma Arte qualquer
Foram as mãos duma Mulher
Que a estas flores deram vida
Mulher sem nome de flor
Mas que plantou com amor
Este buquê, de encantar
De seu nome ‘’Sara Corino’’
Menina de olhar ladino
Que merece o meu versar
O nosso aplauso é merecido
Desses que fazem sentido
Quando a obra é de valor
Como estas flores de papel
Desta pintura em painel
Vinda dum Campo Maior.
Quer eu Poetisa, ou tu, Florista
Ambas com almas de artista
Naquele Alentejo nascidas
Papoilas soltas ao vento
Vão gritando o seu talento
Para não serem ‘squecidas…
Rosa Guerreiro Dias
25-10-2014
AS FLORES DA NOSSA VILA
Por vezes, eu paro e penso
Será meu ‘Deus’ que eu mereço
Tal visão p’ró meu olhar
As flores invadem o espaço
E o Povo perde o cansaço
P’ró jardim admirar!
O verde pinta a verdura
O lilás dá-lhe a ternura
E o branco, o toque final
Vêm os pretos e os castanhos
Trazer encantos tamanhos
A este canteiro sem igual!
Os suaves, cores de rosa
Como asas de mariposa
Chegam de pé – ante - pé
Pousando aqui e além
Pois onde se sentem bem
É na terra do café!
Chega o amarelo atrevido
Diz p’ra si que faz sentido
Todo este encanto e beleza
E surge por todo o lado
O tom de azul emproado
Como toque de realeza
E a nossa Vila se agita
Como as pontas duma fita
Saudando qualquer Senhor
Trazem espanto, levam espanto
Desta visão, deste encanto
Nascido em Campo Maior
Rosa Guerreiro Dias
25-3-2014