Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Rosademesinha é uma flor silvestre, mas muito delicada, e sensivel, nome que uma amiga minha me deu, achei interessante, titular meu blogs com este nome, que no fundo diz de mim o que na verdade sou. Campesina, Delicada, Sentimental, Sensivel.
O Abril da Esperança
*****
***
*
Manhã de Abril
Numa linda manhã de Abril
Acordou tudo diferente
Saiu a lebre do covil
Encheram-se as ruas de gente
Da natureza soavam
Como um toque de alvorada
Passarinhos que cantavam
Ás quatro da madrugada
*
Passa a palavra na onda
Ergue-se o cravo encarnado
Ouve-se um grito! Que estrondo
Dum povo há muito calado.
Há timidez no falar
Há receio pois então
Mas logo se houve cantar
Solta-se a voz, ergue-se a mão.
*
Perde-se o medo, morre o receio
No povo velho e na mocidade
Tanta lágrima p’lo meio de alegria em liberdade
*
Corre a notícia veloz
Todo o craveiro floresceu
No meu povo renasce a voz
Primavera reviveu
E assim brilha o sol de novo
No meu país adorado
Abrem-se as bocas do povo
Do meu povo amordaçado.
*
Cresce o desejo ao poeta
Em dizer o que lhe apraz
Dum longo sonho desperta
Conta a guerra
Canta a paz.
*
Vinte e cinco de Abril chegou
Pondo um povo em liberdade
E da opressão que passou
Jamais sentirá saudade
*
Eu e tu militar luso
Que demos Liberdade ao povo
Fazendo dela bom uso
Não a perderemos de novo
*
Rosa Guerreiro Dias
25-4-1974
*
25-4-2008
*****
Cravos de Abril
*
Tu mulher de palmo e meio
De voz doce e olhar brilhante
Falas hoje sem receio
Desse momento importante
Foste o vaso, foste a terra
Onde o craveiro aflorou
E assim amainaste a guerra
A guerra que não sangrou
*
Com um molho de cravos na mão
Caminhaste na baixa á toa
Sem saberes da revolução
Que se passava em Lisboa
Há rua do Carmo chegaste
Viste soldados armados
Mas tu
Não te atrapalhaste
Ofereceste os cravos
Brancos e encarnados
*
Deste um cravo a cada mão
Mais nada tinhas para dar
E o tropa com emoção
Na espingarda o foi espetar
Com este gesto mulher
Trouxeste ao país glória
Não és uma mulher qualquer
Nem qualquer entra p’rá história
És somente portuguesa
Uma mulher em tantas mil
Mas só tu és concerteza
Mulher dos cravos de Abril
Rosa Guerreiro Dias
25-4-1999